A decepção do outro é um retrato da expectativa que ele criou - não um atestado de falha sua.
- Transborda Psicoterapia
- há 6 dias
- 2 min de leitura
Crescemos acreditando que precisamos corresponder às expectativas alheias para manter vínculos, evitar conflitos ou garantir aprovação. Quando alguém demonstra decepção, é comum assumirmos a responsabilidade: “eu fiz algo errado”, “eu deveria ter sido diferente”, “eu falhei”.
Mas é importante perceber que a decepção diz muito mais sobre o outro do que sobre você. Ela revela o que ele esperava, o que ele desejava, o que ele projetou e não necessariamente o que você devia ter feito.
Decepção é um fenômeno do campo: nasce no encontro entre o que o outro queria e o que você pôde oferecer naquele momento. Nenhuma expectativa frustrada serve, por si só, como comprovação de culpa. Ela apenas mostra que existe uma diferença entre necessidades, limites ou desejos. Diferença que, inclusive, é inevitável em qualquer relação humana.
O problema é quando interpretamos a decepção como falha pessoal e não como dado relacional. E, a partir disso, entramos em ciclos de autoacusação, sem nos posicionarmos, cedendo mais do que podemos ou nos moldando ao que não condiz com nossa verdade: tudo para não “desapontar de novo”.
Responsabilidade não é carregar tudo. Responsabilidade é discriminar o que me pertence do que não me pertence.
A decepção do outro pode até ser desconfortável, e é natural que seja, mas não precisa ser sentença. Ela é apenas um sinal do que ele desejava e não encontrou. Você não tem a obrigação de preencher todos os lugares que o outro projeta para você ocupar.
Você consegue perceber onde termina a expectativa do outro e começa aquilo que é realmente seu? Fazer terapia pode ser o primeiro passo pra descobrir!
Vem conhecer mais sobre os profissionais da nossa equipe. Link na Bio!
Comentários