A Síndrome do Palhaço
- Transborda Psicoterapia
- 11 de jul.
- 1 min de leitura
Sabe aquela pessoa que está sempre bem, fazendo piada de tudo, rindo e tentando animar a todos?
À primeira vista, pode parecer leveza. Mas, muitas vezes, por trás desse humor existe uma profunda dificuldade de entrar em contato com sentimentos reais e pessoais.
Essa pessoa pode ter desenvolvido o que chamamos de “eu ideal positivo” — aquele que precisa estar sempre bem, ser forte, cuidar de todo mundo, evitar conflitos… e que, com isso, não pode sentir ou expressar suas próprias emoções.
Na Gestalt-terapia, chamamos esse tipo de movimento de deflexão — um mecanismo de defesa que desvia o contato do que é genuinamente seu. Uma forma sutil (e socialmente aceita) de evitar o mergulho naquilo que dói, mas também naquilo que é verdadeiramente sentido.
Mas toda defesa tem uma função. E é justamente aí que começa o trabalho terapêutico: encontrar o sentido de tal defesa.
O que está por trás dessa necessidade de estar sempre bem? O que sustenta a dificuldade de acessar e expressar a tristeza, o medo, a raiva ou até mesmo a verdadeira alegria?
A função do terapeuta, nesse caso, é sustentar o campo com presença, acolher com respeito esse modo de existir e, aos poucos, convidar o cliente a se autorizar a sentir.
Nem sempre é fácil sustentar essa escuta — às vezes, o terapeuta também é convidado a rir junto. Mas é através do contato verdadeiro que algo começa a se transformar.
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