Como manejar na clínica clientes perfeccionistas/procrastinadores?

Se tem uma combinação que aparece MUITO na clínica é essa: perfeccionismo + procrastinação. À primeira vista parecem opostos, mas na verdade caminham juntos e se retroalimentam.

1. Nomeie o ciclo

Ajudar o cliente a perceber que o perfeccionismo e a consequente procrastinação é uma forma de evitar o risco do fracasso cria alívio e compreensão, no lugar do julgamento.

2. Explore a função do perfeccionismo

Perguntas como “do que esse nível de exigência tenta te proteger?” abrem caminho para acessar medo, vergonha ou inseguranças profundas.

3. Trabalhe ações reais e possíveis

Não é sobre “produzir mais”, e sim sobre testar a experiência de agir sem perfeição. Tarefas que aproximam do que é possível, apesar da falha, diminuem a ameaça e constroem confiança.

4. Acolha a vergonha que sustenta o ciclo

A vergonha é o cimento do perfeccionismo. Validar a dor da autocrítica é tão terapêutico quanto qualquer técnica.

5. Identifique os “ideais”

Identificar as expectativas ideais e de onde elas vêm, ajuda o cliente a construir uma relação mais gentil com o próprio fazer.

Manejar o perfeccionismo não é ajudar o cliente a fazer mais, e sim ajudá-lo a lidar melhor com seus erros e frustrações (dele e dos outros).

A ação vem como consequência de um campo mais leve, seguro e humano.

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