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Quando tudo vira diagnóstico E o Google vira profissional da saúde


Na linguagem do dia a dia, muitos termos clínicos acabam sendo usados de forma exagerada ou incorreta e isso banaliza condições sérias que exigem acompanhamento profissional.


👉 Tristeza não é depressão.

👉 Gostar de organização não é TOC.

👉 Medo não é fobia.

👉 Ansiedade comum não é TAG.

👉 Oscilações naturais de humor não são bipolaridade.

👉 Esquecer uma informação não é ter TDAH.


Na perspectiva da Gestalt-Terapia, quando tudo vira diagnóstico, perdemos algo extremamente essencial: o encontro com nossa própria experiência.


Em vez de perceber o que sentimos, passamos a procurar um nome pronto para aquilo. Em vez de nos escutarmos, buscamos no Google uma descrição que nos explique. 


Com o avanço do modelo biomédico, a tendência de transformar todas as experiências humanas em sintomas vem crescendo. Assim como reduzir a história de vida de uma pessoa, cultura, contexto social aos rótulos. 


Ao focar apenas em identificar os sintomas, pode-se perder a subjetividade do seu cliente, sua história pessoal e os contatos que foram estabelecidos ao longo da vida.


O diagnóstico não pode ser visto como ponto final da compreensão da vida inteira de um cliente, ofuscando sua singularidade, reduzindo-o à sua condição clínica e desconsiderando as formas únicas de experienciar a angústia. Ou seja, o diagnóstico não deve explicar quem a pessoa é.  Afinal, o ser humano é uma construção e está em constante mudança.


Por isso, precisamos compreender o cliente tendo em vista sua maneira única, singular e subjetiva de existir no mundo.


 
 
 

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