top of page

Doença autoimune e a Gestalt-terapia

Na Gestalt-terapia, chamamos de retroflexão o movimento de voltar a energia contra si, quando não conseguimos direcioná-la ao ambiente. É como se, com medo de ferir o outro, ou de sermos feridos, engolíssemos tudo. Inclusive o que machuca.


Nas doenças autoimunes, o sistema imunológico confunde o que é saudável com o que é ameaça. E passa a destruir o próprio corpo tentando se proteger. Na vida emocional, isso também acontece: A energia que não pôde virar expressão, escolha, posicionamento, vira sintoma.


Muitas vezes, a pessoa acometida por uma doença autoimune aprendeu a conter a própria energia como forma de se proteger. Talvez tenha sido ensinada, ainda criança, que precisava dar conta sozinha, que depender era perigoso, que sentir e expressar sua dor era demais para o outro.


Quando se decepciona com o outro, ela não confronta. Não expressa, não pede, ela guarda, engole e silencia e acaba assumindo sozinha a tarefa de lidar com tudo — tentando controlar a situação sem depender de ninguém. Sem pedir ajuda e sem confiar que o outro pode estar disponível. Como se dissesse: “Eu resolvo. Eu aguento. Eu não preciso preocupar o outro com isso.”


Mas o corpo dá seus sinais, e o sintoma aparece como tentativa desesperada de dar forma a algo que ficou demais pra ser sentido. O sintoma é o campo dizendo: “Tem algo aqui que precisa ser olhado, reconhecido, cuidado.”


Na Gestalt, saúde não é ausência de dor. É a capacidade de atualizar suas formas de se proteger — para que não precisem mais destruir. Nem tudo que te salvou no passado ainda te serve no presente.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


bottom of page