Falar das mesmas coisas na terapia é processo, não retrocesso
- Transborda Psicoterapia
- 25 de jul.
- 1 min de leitura
“De novo isso?” “Não aguento mais falar sobre isso…”
Se essas frases já passaram pela sua cabeça na terapia, saiba: elas fazem parte do processo. Na Gestalt-terapia, entendemos que a repetição pode ter diferentes sentidos. Às vezes, repetir é um movimento legítimo, uma tentativa de digerir aos poucos algo profundo e difícil de sustentar de uma vez.
O contato com certos temas pode ser doloroso. E acessar essas emoções costuma acontecer em camadas: Você fala um pouco… acessa… respira… se recolhe… e volta depois. E tudo bem. Isso também é elaboração.
Por mais que pareça repetição, a cada vez que você fala sobre o mesmo assunto, ele te toca de um jeito diferente. Uma dica é observar as sensações que surgem: É sempre igual? Ou vai mudando com o tempo? Se vai mudando, é sinal de que algo está sendo integrado. Seu corpo começa a se acostumar com essa nova percepção — e isso transforma. Isso amadurece.
Mas nem sempre é assim. Às vezes, repetir pode ser também uma forma de evitar. Na Gestalt, chamamos isso de deflexão: quando se fala muito, mas não se entra em contato de fato. Você já se pegou falando, falando… e não deixando nem o terapeuta intervir? Pode ser que, sem perceber, esteja “enchendo a sessão” pra não acessar algo mais difícil.
Se esse é o seu caso, tudo bem. Use esse momento como oportunidade: O que será que estou evitando entrar em contato? Do que estou tentando me proteger? Leve isso pra sua terapia. A repetição, quando ganha consciência, pode abrir caminhos que antes estavam fechados.
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