Incentive seu cliente a fazer nada
- Transborda Psicoterapia
- 13 de out.
- 1 min de leitura
Vivemos em uma sociedade que valoriza o excesso de produção. Trabalhar sem parar, estar sempre ocupado, ter novos projetos, viajar, malhar, sair, ajudar os outros. Tudo isso é constantemente romantizado como sinônimo de sucesso, força de vontade e até mesmo felicidade.
Na Gestalt-terapia, esse movimento pode ser entendido como um mecanismo de defesa chamado deflexão: quando a pessoa não para nunca, pode estar evitando entrar em contato com algo importante em sua vida. Ao preencher todos os espaços com tarefas e compromissos, ela se afasta da possibilidade de sentir e elaborar o que realmente está acontecendo dentro dela.
Não é raro que, nesse estilo de vida, sintomas como ansiedade apareçam. Afinal, quando não estamos em awareness, isto é, conscientes de nós mesmos, do nosso corpo e do que sentimos, vivemos em um estado de constante desconexão. E, por mais que a produtividade seja valorizada, não somos máquinas: não conseguimos performar do mesmo jeito todos os dias.
Mais do que um descanso, parar é um recurso terapêutico. Sentar em silêncio, olhar para um ponto fixo na parede, fechar os olhos em um ambiente calmo. Não fazer nada pode ser um caminho para ouvir o próprio corpo, acessar respostas mais profundas e criar contato genuíno consigo mesmo.
Por isso, costumo propor essa provocação: Qual foi o momento do seu dia ou da sua semana em que você parou e não fez nada? Como seria, para você, viver essa experiência?
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