Se Fritz Perls estivesse vivo hoje, ficaria decepcionado ao ver uma multidão de terapeutas imitando seu trabalho como se este fosse a última palavra em psicoterapia. (JOSEPH ZINKER)
- Transborda Psicoterapia
- 15 de out.
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Para esse autor, o que faltou a muitos de nós foi coragem para aprender com ele como acionar a inventividade, como criar situações de intenso aprendizado a partir de cada situação humana. Para Fritz, os conceitos gestaltistas de cadeira vazia, como hot seat e dominador/dominado, eram percepções momentâneas a serem exploradas e depois deixadas de lado, para que outros experimentos e metáforas pudessem emergir. Para que a Gestalt-terapia possa sobreviver, ela deve defender essa espécie de processo integrativo de crescimento e essa generosidade criadora; deve continuar entrelaçando, para constituir novos conceitos, as várias descobertas sobre a musculatura, as origens arquetípicas e os gritos primais. Se nós, mestres do ofício, esquecermos esse princípio essencial da experimentação criativa, abdicarmos da criação de novos conceitos gestados pela nossa própria audácia e por uma conduta ousada e destemida, a Gestalt-terapia morrerá, assim como tantos outros modismos terapêuticos passageiros.
Fritz Perls não queria seguidores que o imitassem, mas terapeutas criativos, capazes de transformar cada encontro em algo único. A Gestalt-terapia só se mantém viva quando nos lembramos de que as técnicas não são fins em si mesmas, mas convites à experimentação. Repetir é seguro; criar é ousado. E é no risco da criação que a Gestalt floresce.
É exatamente isso que buscamos aqui no Transborda: manter viva a coragem de experimentar e criar novos caminhos. Vamos com a gente?
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